sexta-feira, 28 de junho de 2013

Situação de aprendizagem - Texto "O primeiro beijo"

Texto "o Primeiro Beijo"
 
1. Antes da leitura, procurar discutir quantos alunos já deram o primeiro beijo e se ele se encaixava em suas expectativas.
2. Pedir para que os alunos leiam, de forma alternada.
3. Questionar aos alunos quantos se sentiram da mesma forma da narradora do texto ao dar seu primeiro beijo.
4. Discutir com os alunos a importância do primeiro beijo, e porque eles acreditam que a narradora se refere a ele daquela maneira.
5. Apontar os dados da esfera de produção do texto.
6. Produção textual: Pedir para que eles elaborem uma narrativa real, contando suas expectativas sobre o primeiro beijo.

Publicado por Viviam de Oliveira

Situação de aprendizagem - Texto "Pausa"

Texto "Pausa" de Moacyr Scliar
 
Minha proposta de situação de aprendizagem é a seguinte:
 
1. Ler o texto com os alunos em voz alta.
2. Perguntar a eles a que o título se refere.
3. Apontar a data de produção, autoria, local de produção e perguntar se isso afeta a interpretação do texto.
4. Mostrar qual é o tipo de narrador do texto e questionar se a alteração de ponto de vista alteraria o sentido do texto.
5. Discutir com os alunos quais seriam os possíveis momentos de "pausa" na vida deles.
7. Discutir com os alunos o possível motivo pelo qual o personagem principal precisa dar uma pausa no cotidiano, e porque isso ocorre justamente aos domingos.

Situação de aprendizagem - Texto "Pausa"

Texto "Pausa" de Moacyr Scliar
 
Minha proposta de situação de aprendizagem é a seguinte:
 
1. Ler o texto com os alunos em voz alta.
2. Perguntar a eles a que o título se refere.
3. Apontar a data de produção, autoria, local de produção e perguntar se isso afeta a interpretação do texto.
4. Mostrar qual é o tipo de narrador do texto e questionar se a alteração de ponto de vista alteraria o sentido do texto.
5. Discutir com os alunos quais seriam os possíveis momentos de "pausa" na vida deles.
7. Discutir com os alunos o possível motivo pelo qual o personagem principal precisa dar uma pausa no cotidiano, e porque isso ocorre justamente aos domingos.

sábado, 22 de junho de 2013

Situação de aprendizagem - O avestruz

Avestruz
Mário Prata
O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez anos,
uma avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em
Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era
minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino
conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo
impressionou o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se
entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A
avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz,
deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado
primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa
uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a
altura pode chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por deus. Colocou um pescoço que
não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de
asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar
que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois
dedos em cada pé.
Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo.
Tanto é que logo depois, Adão, dando os nomes a tudo que via pela frente,
olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em
forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao
seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que
elas vivem até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os quarenta,
entrando depois na menopausa, não têm, portanto, TPM. Uma avestruz com
TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho da
minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de
avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo.
Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente,
inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo.
máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e,
principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai
bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz
por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto num psicólogo. Afinal, tenho
mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.
PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/ 6º ano vol. 2
Caderno aluno p. 9
Caderno do Professor p. 18


Oi gente! 
Assim como a Cleide, também trabalhei o texto "Avestruz" do Mario Prata, em sala de aula. Foi muito divertido, as crianças gostaram bastante.
 
Segue a situação de aprendizagem:
 
1. Antes de iniciar a leitura, questionar as crianças se eles já haviam visto um avestruz.
2. Ler o texto em voz alta, dando uma "teatralizada" mesmo. Eles se divertem muito quando a gente faz isso.
3. Após a leitura do texto, debater com as crianças as seguintes questões:
a. Um avestruz pode ser utilizado como animal de estimação? 
b. Daria para ter algum animal em apartamento? Até que tamanho seria permitido?
c. Como o narrador apresenta o avestruz? O que vocês acham dessa apresentação?
d. Qual conclusão a criança chega? 
4. Após discutir esses aspectos com os alunos, também pedi para que eles partissem para a produção escrita, criando outros argumentos para convencer a criança do texto a não possuir um avestruz. 
 
Foi um trabalho bem divertido. ;)

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Situação de aprendizagem a partir da leitura do texto Avestruz, de Mario Prata.
Sugestão de prática pedagógica

1)- Promover um debate sobre o tema “Crime - maus tratos aos animais”
-Você tem animais em casa, cuida deles e como?
-Caso você presencie alguém destratando um animal, o que você faria?
-Você conhece alguma ONGs protetora de animais?
-Você sabe que existe órgão público que castra gratuitamente animais, evitando que se proliferem pelas ruas?
2) Promover Debate sobre “Discriminação e Preconceito”
   -No texto, o narrador vê a avestruz como um erro da natureza. Questionar aos alunos se isso pode ser visto como uma atitude discriminatória, e por quê?
- Questionar: Entre os seres racionais, há semelhanças de atitudes discriminatórias? 
- Quais tipos de discriminações?
3) Promover uma pesquisa Enciclopédia ou internet quanto aos nomes científicos de alguns animais (fazer lista) e seus hábitos.
-- Pesquisar sobre os "Mitos e Verdades" sobre a avestruz;
-Após resultado da pesquisa, numa roda de leitura, promover a socialização das informações coletadas.

-Ainda, pode-se promover uma exposição com “animais exóticos”  

Postado por Cleide Taketa

Esta é uma das situações de Aprendizagem criadas pelos professores cursistas do Programa "Melhor Gestão Melhor Ensino" Da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Trabalhamos com a crônica "AVESTRUZ" de Mário Prata. Deem sugestões para a melhoria das nossas Situações de Aprendizagem a fim de que possamos aprimorar cada vez mais nossa prática pedagógica!


Situação de Aprendizagem

Avestruz
O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez anos, uma avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz, deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé.
Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que logo depois, Adão, dando os nomes a tudo que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os quarenta, entrando depois na menopausa, não têm, portanto, TPM. Uma avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto num psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.
(PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/ 6º ano vol. 2
Caderno aluno p. 9 Caderno do Professor p. 18)
 
Estratégias:

Antes da leitura: Realizar a contextualização sobre o tema/assunto tratado no texto.
Perguntar aos alunos se eles já foram ao zoológico, que animais se lembram de ter visto, se já ouviram falar de um animal chamado Avestruz e se assistiram ao reality show “A Fazenda”, da Record (lá apareciam avestruzes e os moradores da casa cuidavam deles).
 
Durante a leitura: O professor lê o texto para os alunos, fazendo paradas estratégicas para questioná-los sobre:

  • Quem é o narrador? (adulto/ criança/ homem/ mulher)
  • O narrador participa da história ou apenas narra os fatos observados? (foco narrativo em 1ª ou 3ª pessoa)
  • Quem são as personagens?
  • Onde acontecem os fatos? (espaço)
  • O tempo é cronológico ou psicológico?
  • Estratégias de convencimento (como o narrador convence o garoto a desistir do Avestruz?)

Depois da leitura: Relembrar as características do gênero “Crônica”, dando destaque à linguagem simples e leve, quantidade reduzida de personagens e o fato de ser um texto curto que fala sobre fatos do cotidiano.
Discutir com os alunos os limites na educação infantil (e também dos adolescentes), mostrando-lhes que, muitas vezes, “querer” é diferente de “poder”.
Roda de conversa sobre as experiências vividas pelos alunos nesse sentido (querer/poder)
 
Produção textual: Solicitar aos alunos que criem um desfecho para a história a partir do momento em que o garoto desiste do Avestruz.

Postado por Fernanda Ferreira

domingo, 16 de junho de 2013


Olá Colegas,este também é um dos textos trabalhados com o 9º Ano.
Pausa 
"Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama,correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
— Vais sair de novo, Samuel?

Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.
— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido, secamente.
Ela olhou os sanduíches:
— Por que não vens almoçar?
— Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.

A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga, Samuel pegou o chapéu:
— Volto de noite.

As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o
carro da garagem. Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os
guindastes, as barcaças atracadas.

Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de
sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras.
Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e
entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando
um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé.
— Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
— Estou com pressa, seu Raul! — atalhou Samuel.
— Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. — Estendeu a chave.

Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante.
Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre
floreado, olharam-no com curiosidade:
— Aqui, meu bem! — uma gritou, e riu: um cacarejo curto.

Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave.
Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa
de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel
correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de
viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.

Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido;
com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado
na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no
papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se:
os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo
luminoso no chão carcomido.
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa,
perseguido por índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o
galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as
pernas, corriam .Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados: o índio acabava de trespassá-lo com a lança. Esvaindo-se em sangue, molhado de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama,
correu para a bacia, lavou-se.Vestiu-se rapidamente e saiu.
Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
— Já vai, seu Isidoro?
— Já — disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu otroco em silêncio.
— Até domingo que vem, seu Isidoro — disse o gerente.
— Não sei se virei — respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.
— O senhor diz isto, mas volta sempre — observou o homem, rindo. Samuel saiu.
Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou, um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado.
Depois,seguiu. Para casa."

Fonte: SCLIAR, Moacyr. In: BOSI, Alfredo. O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cutrix, 1997


Situação de Aprendizagem 
     A situação de aprendizagem a seguir foi construída a partir  da leitura do texto “Pausa” de Moacir Sciliar e pode ser desenvolvida junto às turmas de 8º e 9º ano. A mesma encontra-se dividida em alguns passos, porém outras atividades são sugeridas ao final da mesma. É evidente que um mesmo texto pode ser trabalhado de inúmeras formas, assim sendo, aceitamos sugestões e críticas.
1) Distribuir aos alunos a cópia do texto apenas até o parágrafo 17 (no qual o personagem principal, ao subir as escadas, encontra-se com duas mulheres);

2)Levantar hipóteses sobre o título do texto, tais como:
-Vocês sabem o que é uma pausa?
- Para que precisamos dela?
-Já precisou dela alguma vez?

3) Questioná-los sobre palavras ou expressões do texto, tais como:
“recém-feita”;
“observou a mulher com azedume na voz”;
“vacilante”;
“chambre floreado”;
- Entre outras que podem surgir no decorrer na leitura.

4) Nesse momento, iniciar os questionamentos sobre o motivo da saída do personagem e o que foi fazer no lugar em que se encontra até o momento da narrativa. Buscar ainda associações ao convívio familiar dos educandos no que se refere à presença da família aos finais de semana:
- Como é a sua família?
Seus pais trabalham aos finais de semana?
Seus pais costumam sair sem você? Sabem para onde vão?

5) Após os questionamentos, os alunos irão continuar o texto utilizando toda a sua criatividade e experiência de vida atribuindo um final surpreendente para a história.
Obs: É interessante que a turma socialize o que produziu, sendo assim, os alunos irão ler para os colegas o final que escreveram. Após a leitura dos alunos, a/o professor (a) lê o final original do texto.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES
Explorar a questão dos elementos da narrativa (enredo, personagens, espaço, tempo e narrador), buscando identificá-los no texto;
Organização de textos narrativos (situação inicial, conflito, clímax e desfecho), localizando-os no texto e fazendo comparações com textos narrativos, porém de gêneros distintos, como por exemplo, fábulas e conto de fadas.  

Postado por Cleide Taketa



Olá colegas,
Desenvolvi a atividade "Meu primeiro Beijo" com os alunos do 9º Ano e isso aconteceu do seguinte modo:

1) Antes da leitura (Sensibilização)
Fiz uma prévia sobre o autor e obra; inferi o título, abordando o assunto do primeiro beijo de cada um (quando e onde?); abordei o tema a ser trabalhado, levantando hipóteses.

2) Durante a leitura (Organização)
Questionei-os durante a leitura para abordar palavras-chaves ou perguntas tais como: cultura inútil, metabolismo, virgens, entre outras.
Fiz inferências locais como "Vocês já beijaram ou paqueraram em um ônibus?". Continuei inferindo sobre os dados científicos, relacionando este texto com outros textos, filmes, músicas e imagens que se refere a beijos.

3) Depois (Sistematização)
Solicitei o resumo do texto em cinco linhas e ainda que fizessem uma pesquisa sobre hábitos e costumes dos jovens de hoje e outras gerações, fazendo uma comparação, para futuro debate.
Numa roda de leitura  discutiu-se sobre a pesquisa realizada, abordando outras vertentes, tais como: os diferentes tipos de beijos nos relacionamentos - beijo fraterno, conjugal, bíblico, selinho, etc.


Texto: Meu Primeiro Beijo

         É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos: "Você é a glicose do meu metabolismo. Te amo muito!
Paracelso"

         E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
         No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
        Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
       Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus.            Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
       E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.

 BARRETO, Antonio. Meu Primeiro Beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo.FDT.1977.p 134-6.


      Postado por Cleide Taketa

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Um lápis na mão, várias ideias na cabeça...: Olá gente!

Um lápis na mão, várias ideias na cabeça...: 
Um pouquinho do nosso querido poeta Castro Alves.
Vale a pena ler a obra completa deste jovem poeta e suas belas poesias...


O Navio Negreiro 
Castro Alves (Antônio Frederico de C. A.), poeta, nasceu em Muritiba, BA, em 14 de março de 1847, e faleceu em Salvador, BA, em 6 de julho de 1871.
Filho do médico Antônio José Alves e de Clélia Brasília da Silva Castro, foi colega de Rui Barbosa e demonstrou vocação apaixonada e precoce para a poesia.
 Seu primeiro livro, Espumas flutuantes, único que chegou a publicar em vida, recebido muito favoravelmente pelos leitores.
 Produziu alguns dos seus mais belos versos. Faleceu em 1871, aos 24 anos, sem ter podido acabar o poema “Os escravos”, uma série de poesias em torno do tema da escravidão.
Duas vertentes se distinguem na poesia de Castro Alves: a feição lírico-amorosa. Como poeta lírico, caracteriza-se pelo vigor da paixão, a intensidade com que exprime o amor, como desejo, frêmito, encantamento da alma e do corpo.
Castro Alves viveu com intensidade os grandes episódios históricos do seu tempo e foi, no Brasil, o anunciador da Abolição e da República, devotando-se apaixonadamente à causa abolicionista, o que lhe valeu a antonomásia de "Cantor dos escravos". A sua poesia se aproxima da retórica, incorporando a ênfase oratória à sua magia.
Só Castro Alves estenderia sobre o negro o manto redentor da poesia, tratando-o como herói, como ser integralmente humano.

Obras: Espumas flutuantes (1870); Gonzaga ou a Revolução de Minas (1876); A cachoeira de Paulo Afonso (1876); Os escravos, obra dividida em duas partes: 1. A cachoeira de Paulo Afonso; 2. Manuscritos de Stênio (1883). Obras completas Edição do cinqüentenário da morte de Castro Alves, comentada, anotada e com numerosos inéditos, por Afrânio Peixoto, em 2 vols.

                           (texto adaptado: Fonte Biblio.com.br)

Trecho do Poema “Escravos”  -   VI

Existe um povo que a bandeira empresta  
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...  
E deixa-a transformar-se nessa festa  
Em manto impuro de bacante fria!...  
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,  
Que impudente na gávea tripudia?  
Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto  
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...
Auriverde pendão de minha terra,  
Que a brisa do Brasil beija e balança,  
Estandarte que a luz do sol encerra  
E as promessas divinas da esperança...  
Tu que, da liberdade após a guerra,  
Foste hasteado dos heróis na lança  
Antes te houvessem roto na batalha,  
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!  
Extingue nesta hora o brigue imundo  
O trilho que Colombo abriu nas vagas,  
Como um íris no pélago profundo!  
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga  
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!  
Andrada! arranca esse pendão dos ares!  
Colombo! fecha a porta dos teus mares!


Postado por Cleide Taketa


sábado, 8 de junho de 2013

8 escritores e seus pseudônimos (que você provavelmente ainda não conhecia)



Olá gente! Encontrei esse texto no site da Superinteressante. Particularmente eu adooooro trabalhar com esse tipo de artigo com as crianças, pq ele sempre traz muita informação que as crianças acham legal. Essa matéria foi escrita pela Jéssica Soares. 
Beijocas, Vivi.



Você já ouviu por aí que é melhor não julgar um livro pela capa. Para não correr nenhum risco, seria boa ideia também não julgá-lo apenas pelo nome do autor. No Dicionário Literário Brasileiro, de Raimundo de Menezes, há registro de quase dois mil pseudônimos de escritores brasileiros. Agora faça a conta para autores de todo o mundo. Pois é, colega, há muito mais entre nome e sobrenome do que sonha nossa vã filosofia. Seja para escapar da censura, se aventurar por gêneros inesperados ou explorar suas várias facetas literárias, muitos escritores já adotaram nomes falsos. Para não deixar nenhum mal entendido, a SUPER listou 8 escritores e seus pseudônimos (que você provavelmente ainda não conhecia):

1. “Suzana Flag” e “Myrna”
“Eu posso começar esta história dizendo que me chamo Suzana Flag. E acrescentando: sou filha de canadense e francesa; os homens me acham bonita e se viram, na rua, fatalmente, quando passo”. Assim se apresentava a autora de livros que circularam em formato de folhetins nos jornais brasileiros entre os anos de 1944 e 1948. A persona e história sensuais – com direito a mocinhas virgens, vilões valentões e bons moços envolvidos em amores impossíveis – fizeram tanto sucesso que até um pedido de casamento, enviado pelo correio, Suzana recebeu. Pena que se tratava também de um romance impossível: como num bom enredo de folhetim, Suzana era ele, Nelson Rodrigues.
O dramaturgo, jornalista e escritor pernambucano criou a persona feminina para se aventurar pelo gênero melodramático sem medo – e para se divertir com a situação, claro. O Anjo Pornográfico teve ainda outro pseudônimo feminino: em 1949 nasceu Myrna, a “Alma Irmã” que tinha uma coluna de (desa)conselhos amorosos em que respondia perguntas de leitoras desiludidas. Os 43 textos publicados na coluna Myrna Escreve foram reunidos em 2002 no livroNão se pode amar e ser feliz ao mesmo tempo (Companhia das Letras). Fica a dica.

2. “Mary Westmacott”
Você a conhece como a Rainha do Crime – um apelido certamente bem justificado. Com mais de 80 obras publicadas, Agatha Christie é a mais prolífica escritora de romances policiais da literatura. Mas a britânica, que também é autora de doze peças de teatro, quis se aventurar por universos diferentes daqueles habitados por Hercule Poirot e Miss Marple. Deixando o mistério no cantinho de tempos em tempos, Agatha assinou seis romances de época com o pseudônimo de Mary Westmacott, o primeiro publicado em 1930 e o sexto em 1956. Introvertida e tímida, Agatha buscou no novo gênero uma possibilidade de se expressar melhor através de palavras.

3. “Currer, Ellis e Acton Bell”
Na capa de Poemas, livro de 1846, lê-se o nome de Currer, Ellis e Acton Bell. Mas não estranhe o fato de não conhecer outros títulos da obra dos irmãos Bell. Para serem levadas a sério em uma sociedade amplamente machista, Charlotte, Ellis e Anne Brontë decidiram adotar pseudônimos masculinos para lançarem a coleção de versos. A mudança de gênero não gerou tanto interesse, no entanto, e as irmãs foram muito melhor sucedidas em suas obras seguintes, lançadas com seus nomes reais. Jane Eyre, O Morro dos Ventos Uivantes Agnes Grey - assinados por Charlotte, Emily e Anne, respectivamente – não só foram bem recebidos, como também ganharam status de clássicos.

4. “Richard Bachman”

Retrato de Richard Bachman (na verdade, do agente de seguros Kirky McCauley, que emprestou seu rosto para dar credibilidade ao pseudônimo)
Cemitérios malditos, homens agigantados com dons especiais, adolescentes ensanguentadas – Stephen King sabe botar o terror. O escritor estadunidense já comemorava o sucesso deCarrie, a estranha (1974) e O Iluminado (1977) quando resolveu fazer um teste inusitado. Para poder publicar mais de um livro por ano sem saturar seu nome no mercado (porque King é desses que escrevem, de boa, mais de uma obra em doze meses) e descobrir se, afinal, estava vendendo bem por talento ou por sorte, convenceu sua editora a publicar livros seus sob um pseudônimo. Nascia então Richard Bachman. Seu alter-ego, casado com “Claudia Inez Bachman” lançou cinco livros antes de sua real identidade ser descoberta: Fúria (1977), A longa marcha (1979), A auto-estrada (1981), O concorrente (1982) e A Maldição do Cigano (1984). Depois da “morte” de Richard, King ainda publicou dois “manuscritos inéditos” de sua outra persona: Os justiceiros (1996) Blaze (2007).

5. Daniel Handler
Ao contrário dos demais escritores desta lista, é muito provável que você conheça melhor o personagem do que o autor de carne e osso. Isso porque, mesmo que você nunca tenha esbarrado em um dos livros assinados por Daniel Handler, com certeza já ouviu falar nas obras lançadas por seu pseudônimo. Foi com o nome de Lemony Snicket que Daniel lançou dos treze livros de Desventuras em Série, coleção levada para os cinemas em 2004. Mas além da história dos órfãos Violet, Klaus e Sunny, Daniel também assinou obras bem recebidas pela crítica com seu nome real: The Basic Eight (1998), Watch your mouth (2000), Adverbs (2006) ePor isso a gente acabou (2011), história sobre o fim de um relacionamento entre dois jovens que será levada para os cinemas em 2014.

6. “Boas Noites”, “João das Regras”, “Dr. Semana” (+)
Críticas à sociedade não faltavam nas obras de Machado de Assis. Mas, quando o carioca queria falar de temas mais espinhosos (como críticas diretas aos fazendeiros favoráveis à abolição), recorria a pseudônimos tão criativos quanto a sua prosa. Foi só em 1950 que se descobriu que o autor havia assinado crônicas com o nome de “Boas Noites”. “Victor de Paula”, “João das Regras” e “Dr. Semana” foram outros nomes adotados pelo autor, que chegou até mesmo a assinar como “Platão”.

7. “Victor Leal”
O EsqueletoA Mortalha de Alzira O Monte de Socorro emocionaram os leitores da Gazeta de Notícia quando foram publicados no final do século XIX, entre 1890 e 1893. Victor Leal, autor que assinava os textos, era um ultra-romântico magro, com nariz pontudo e chapéu de abas largas (sua caricatura denunciava). Mas desconfie de quem jurar ter avistado o escritor bebendo um café em uma das ruas do Rio de Janeiro – Victor Leal nunca existiu. O nome era um pseudônimo não de um, mas de quatro escritores: o poeta Olavo Bilac, o romancista Aluísio Azevedo, o dramaturgo Coelho Neto e o jornalista Pardal Mallet, que, com o nome falso, podiam assinar literatura barata sem ferir a reputação nas letras.

8. “Álvaro de Campos”, “Ricardo Reis”, “Alberto Caeiro” (+)
Pessoa são vários (via)
Se alguns escritores flertaram com outra persona, Fernando Pessoa dá um passo além. O poeta e escritor português não tinha apenas um, mas dezenas de heterônimos - mais que apenas um nome, um heterônimo é uma personalidade poética, com biografia e características singulares. E sim, vamos repetir: ele tinha dezenas deles. #zeroualiteratura Entre seus heterônimos mais conhecidos e com mais volumosa obra, estão Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e o semi-heterônimo Bernardo Soares (autor do Livro do Desassossego). Antes de falecer em 1935, Pessoa se despediu de suas personas – Alberto, por exemplo, foi-se em 1915, vítima de tuberculose quando tinha apenas 26 anos. O também português José Saramago deu um fim para outra das personalidades: em O ano da morte de Ricardo Reis, o heterônimo de Pessoa é o personagem principal.

segunda-feira, 3 de junho de 2013